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segunda-feira, 4 de julho de 2011

26.

Violão

Tu nunca serás

Apenas mais um

Sinto-o

Através do apertar de cordas

De arrastar de dedos

Do bater em ritmo

Tu és como um coração

E este corpo o faz útil

A cada batida

A cada veia percorrida

Você fornece a força

Do pulsar em ritmo, esperança

Tu és o meu caminho

Tu me escancara a todos

Abre-me em dois

Demonstra todas minhas vísceras

Faz-me essencial

Transforma-me em um palco de horrores

Deixa o publico abismado

Pois não compreendem

O meu real...

Tu estas

Tremendo em ritmo

Gemendo em meus dedos

O sentimento batido

Que se fez escondido

O dedilhar de uma lagrima

Muito bem escutada

Raramente compreendida

Violão, tu nunca serás

Apenas mais um

Carrega-me junto a ti

Tu me possui

Conhece-me a alma

Traz marcado em seu braço

Os traços

Dos meus sentimentos

Por ti, roubados

Somos apenas um

Pertencemos um ao outro

Morremos através dos anos

Tememos ao tempo

Que corre, desliza

Através dos dedos

Por entre nossas trastes.


A. C. Franz

domingo, 3 de julho de 2011

25.

Não tenho certeza de nada

Você possui o direito de questionar

E eu o direito de ignorar

Não me concederam o direito de saber todas as respostas

Roubaram-me as linhas tortas

Trancaram-me dentro

E fora do armagedon

Dizendo que o muro já é a escolha

Eu falo que o muro favorece a quem esta vencendo

Mas isto não quer dizer que ele interfira nos fatos

Ele sempre estará ali, seja sim ou não

Sem se importar, ignorando os fatos, vivendo apenas materialmente

Não me pergunte nada, procure pelas respostas

Esqueça que a vida, que a minha vida, cruzou com a sua

Segue a estrada, o rio que desce

A montanha que emana a água

Que sai de suas veias

E transborda em adrenalina

Com o blues nos olhos

E a guitarra batendo e gritando

Gemendo de dor, na sola de seus dedos.

A. C. Franz