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terça-feira, 31 de maio de 2011

22.

Tudo que vem fácil, vai fácil...

Foi assim que pensei

Mas se fosse fácil

Eu já não estaria aqui

Não me importaria se seus olhos

Brilham de alegria ou de dor

Não me importaria se você vive ou nem existe

Sonho o tempo todo

Querendo um mundo novo

Oportunidades novas, com novos defeitos

Trago guardado no fundo do peito

Tudo que pensava não sentir

Queria sim, que o mundo fosse cor-de-rosa

Queria sim, encontrar um príncipe

Ou beijar um sapo

Mas que fosse o meu sapo

Sem perfeições, as pessoas não costumam desculpar

Guardam rancor, querem o leve

Querendo que a sim a vida não os sufoque

Para mim é o sentimento que importa

Passo horas e horas

Ouvindo soluções de outros poetas

Cazuza me vem à mente

Traz-me pro presente

Com a frase na mente:

“Ver o amor,

Como um abraço curto

Para não sufocar.”

A.C.Franz

domingo, 29 de maio de 2011

21.

Quero alguém que me de carinho e atenção

Que me leve pela mão

E pelos caminhos que me equilibre

Traga-me as pedras e empilhe-as comigo

Que me leve de um lado ao outro

Que a canoa não vire

A água faça seu caminho

Leva-me para um lago qualquer

Troque as palavras por olhares

As letras por abraços

A vida por um beijo

Ligue o hoje ao amanham

Estenda as mãos

Como um abraço amigo

Estenda as mãos

Como um cumprimento

Estenda as mãos

Com um abraço perdido

Leve as estrelas a outro céu

Tire a lua e sua luz desta órbita

Apague o sol com muita chuva

Inunde tudo com solidão.

A. C. Franz

20.

Eu não entendo suas gírias

Seus pensamentos são códigos

Linhas com números, vozes e sons

Mostre-me tudo, você conhece muitas coisas

Mostre-me tudo, te sugarei até o fim

Sem amigos, andando pelas ruas nesse dia

Com um som em meus ouvidos

A cabeça vazia, flutuando, pensamentos inválidos

Com tantas direções... As notas são tocadas

Uma a uma, em sua melodia

Com a cabeça pesando mais e mais

Sem medo de falar mil vezes

E não ouvir uma voz

O silêncio me domina

Sombras de um som

Te sugarei até o fim


Não curto nada que não seja um jogo de cartas

Me análise, ou me leve a um analista

Diga-me o que eu sou

E te direi quem sou

Um dia saberei, instável

Que as cartas controlam meus dedos

Um jogo de raciocínio

Controla a linha de vozes

Raciocínios, espasmos nucleares

Instavelmente, não controlável

E minha simpatia se fez em pedaços

Unhas em lascas, paredes rachadas

Mostre-me tudo, você conhece muitas coisas

Mostre-me tudo, te sugarei até o fim.


A. C. Franz