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segunda-feira, 4 de julho de 2011

26.

Violão

Tu nunca serás

Apenas mais um

Sinto-o

Através do apertar de cordas

De arrastar de dedos

Do bater em ritmo

Tu és como um coração

E este corpo o faz útil

A cada batida

A cada veia percorrida

Você fornece a força

Do pulsar em ritmo, esperança

Tu és o meu caminho

Tu me escancara a todos

Abre-me em dois

Demonstra todas minhas vísceras

Faz-me essencial

Transforma-me em um palco de horrores

Deixa o publico abismado

Pois não compreendem

O meu real...

Tu estas

Tremendo em ritmo

Gemendo em meus dedos

O sentimento batido

Que se fez escondido

O dedilhar de uma lagrima

Muito bem escutada

Raramente compreendida

Violão, tu nunca serás

Apenas mais um

Carrega-me junto a ti

Tu me possui

Conhece-me a alma

Traz marcado em seu braço

Os traços

Dos meus sentimentos

Por ti, roubados

Somos apenas um

Pertencemos um ao outro

Morremos através dos anos

Tememos ao tempo

Que corre, desliza

Através dos dedos

Por entre nossas trastes.


A. C. Franz

1 comentários:

AnaBaú disse...

Nossa, muito intenso. Enquanto lia era como se visse tudo o que está descrevendo ali. Continue escrevendo assim , desnudando tudo o que sentes. Poucas pessoas ainda conseguem.

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