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domingo, 10 de abril de 2011

Sentidos

O especial é deixado ao lado

E tudo aquilo que é percebido

Através dos sentidos, o objeto

Os desejos estritamente materiais

Estão em destaque

É esse o modo de vida dos seres objetos

Esperando por uma nova sensação

Um novo caminho

Uma nova direção

Fechando as portas

Construindo muros de proteção

Prestam atenção a tudo

Estão com os sentidos ativos

Não percebendo que ao quererem algo

Esse algo foge

E faz assim os sentidos pecarem

Provando assim que eles são falhos

Esquecem de procurar a verdade

No único lugar aonde ela é pura

É a experiência do já vivido

Deixando assim as perguntas

Sem respostas

E as respostas

Sem um meio pelo qual

Se fazer criar a voz

O sentido que o vivido

Traria ao mundo, de novo

Depois de anos aguardando

E sendo deixado de lado

Por ser mais importante

Não sentir, para não expressar

Não amar, para não chorar

Não chorar, para não desintegrar

Criam-se assim as estatuas de sal

Curadas por fora

Sem uma ferida sequer

Mas solúvel em água

E mais frágeis que uma folha molhada.


A. C. Franz

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