O especial é deixado ao lado
E tudo aquilo que é percebido
Através dos sentidos, o objeto
Os desejos estritamente materiais
Estão em destaque
É esse o modo de vida dos seres objetos
Esperando por uma nova sensação
Um novo caminho
Uma nova direção
Fechando as portas
Construindo muros de proteção
Prestam atenção a tudo
Estão com os sentidos ativos
Não percebendo que ao quererem algo
Esse algo foge
E faz assim os sentidos pecarem
Provando assim que eles são falhos
Esquecem de procurar a verdade
No único lugar aonde ela é pura
É a experiência do já vivido
Deixando assim as perguntas
Sem respostas
E as respostas
Sem um meio pelo qual
Se fazer criar a voz
O sentido que o vivido
Traria ao mundo, de novo
Depois de anos aguardando
E sendo deixado de lado
Por ser mais importante
Não sentir, para não expressar
Não amar, para não chorar
Não chorar, para não desintegrar
Criam-se assim as estatuas de sal
Curadas por fora
Sem uma ferida sequer
Mas solúvel em água
E mais frágeis que uma folha molhada.
A. C. Franz
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